25 de mai. de 2009


Ela me dá um riso com os olhos quase fechados, de saudade. Diz que eu sou igual a ele. Me entende sem que eu precise fazer muito esforço pra isso. Entende que eu não nasci pra um lugar só, que eu gosto dos lugares novos. E que definitivamente não esqueço dos que já fui, desde o em que o homem me contou histórias de boto rosa na beira do Solimões, até a casa de dona Doralinda, no interior florido de cá. As horas nas estradas esburacadas do Mato Grosso com minha mãe doente, o natal de 1999 - dividindo queijo provolone com os colegas de viagem, nem as chuvas amedrontadoras, nem a tristeza de ter que deixar muita coisa pra trás, nada disso me faz, hoje, ter vontade de ter outra vida. Quero e quero querer sempre não querer parar.

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